sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Perdição de sentidos , entorpecer de paixão


O entorpecer do veneno correndo em suas veias ,
Anestesia de suas dores carnais . 
Sentes prazer ao sentir essa perdição de sentidos em suas narinas ,
A maresia mórbida de um mar interno , eterno .


Pareces ser de outro mundo , mas és tão bela e noturna ,
Um anjo da morte que sorri a sua própria perdição .
Conheces o outro mundo , mas estás aqui estagnada nessa bela imagem noturna .
Uma certa morfina por sorte corre com o que a envenena e lhe deixa imune .


E isso tudo causa paixão , a sua vida morta une à destruição a certeza de ainda haver vida .
E os teus olhos paralisados , fixados ao nada , e esse seu masoquismo que assusta à maioria .
Eles , os olhos , lembram um afogamento voluntário em um mar de si mesma .


Os lábios já com cheiro de vinho ,
Porém sem embebedar-se . 
Faz correr e amar a sua beleza em líquido , o álcool rubro a banhar essa sedução viva , em um corpo vivo , de uma alma quase morta .
Faz valer a escuridão linda apresentada pela noite .


 (Eber Vasconcelos)

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